Nunca se separa do seu telemóvel.
É amiga de Laura e Maria Miguel. Com elas, faz visitas culturais e acaba sempre por dar asas à sua maior paixão: a astrologia, os mitos e os símbolos. Consegue vê-los espalhados um pouco por todo o lado. E com eles, argumentar e consubstanciar as teorias mais improváveis.
...
Tem duas grandes paixões: o desenho e a fotografia. E tem duas grandes amigas: Joana e Maria Miguel. Na fotografia, capta momentos anónimos. No desenho, identifica pormenores, pequenos detalhes da cidade.
Joana diverte-a com estórias de mitos e símbolos em que não acredita, trazendo outra realidade para o mundo conhecido. Maria Miguel é a irmã que não teve. O que Laura não tem, Maria Miguel tem.
...
Tenta ser extrovertida e divertida mas no fundo, é extremamente tímida e insegura. Precisa da liberdade de Laura para conseguir ser livre. Pelo menos de vez em quando. Sem exageros. Porque, conforme costuma dizer, «sem regras o mundo seria uma anarquia».
Adora ouvir as teorias de Joana e aprender a divagar sobre formas e linhas do universo.
...
Desde esse dia, tudo na sua vida mudou.
Até a relação com os seus pares, que não lhe dão grande crédito pelo que consideram ser “alucinações”. É Filipe que o ouve e lhe sustenta as teorias que vai desenvolvendo. Na posse de um «livro» fantástico, irá provar que o mesmo é verdadeiro, assim como Camões e a «ilha dos amores» e o «santo-graal» e os segredos…
...
Não conversam muito. Apenas o suficiente. Filipe vê no Professor o pai que não teve.
Podiam viver na mesma casa mas o Professor não quer, dizendo-lhe que tem de ter uma vida dele, com outras pessoas e outros interesses. Costuma gritar-lhe: Filipe! Eu quero um amigo não quero um criado!
E Filipe tenta viver, andando de bicicleta, ajudando a única tia que tem... e garantindo que nada falta ao Professor.
...
Fala de uma forma peculiar, própria das gentes do mar.
Gosta da história do seu país e da sua terra. Gostava de saber ler e escrever. Mas não aprendeu. Aprendeu muito nova a trabalhar, a rezar, a ter fé.
Vive numa casinha modesta, onde recebe com amor os filhos e os netos. As mãos são grossas e ásperas e os olhos, azuis de água salgada, como o mar que a viu cresce.
...
Já fez tudo o que um cão pode fazer. Já foi a todo o lado onde um cão pode ir.
Conhece o mundo possível de ser conhecido pelos cães.
O que mais gosta de fazer é dormir em cima do sofá, com as patas esticadas e barriga para cima. E comer. E correr pelo corredor entre a porta de casa e a varanda, brincando com a bola que apita a cada dentada.
...
Conhece o Filipe, o Padre Jorge e a Laura. Habitualmente é um peixe-dourado sereno, excepto nos dias em que sente no seu pequeno estômago um roncar que o agita, nadando furiosamente para a superfície e paralelamente ao vidro redondo do aquário.
Depois, come. Adora as pequenas partículas transparentes de cor verde, guardando-as sempre para o fim da refeição.
...
Naturalmente, abraçou o sacerdócio.
Passou por Lisboa, pela margem sul do Tejo… e conheceu o Professor Jaime Torcato. De seguida, conheceu Filipe, o amigo inseparável.
Conforme as situações chama-lhes «Holmes e Watson» ou, «Bucha e Estica».
...
Tem sempre uma opinião sobre tudo. Como se fosse um conhecedor profundo de todas as matérias que invadem o mundo. E gosta de partilhar essa informação. Em especial com Maria Miguel, que está sempre pronta a ouvi-lo.
...
O TIO JÚLIO é um homem moderno, rico, viajado, cosmopolita, metrossexual. Desde pequeno, guardava as moedas que a mãe lhe dava, tratando-as como se fossem pedras preciosas.
Talvez por isso, tornou-se colecionador de moedas. De centenas de moedas.
Durante anos, assistiu a todos os jogos do Benfica na companhia de Laura, sua sobrinha. Hoje, quando tem uma reunião importante, veste por baixo da camisa do fato, a camisola 10 do Rui Costa, para dar sorte.
...
Com o fim da guerra, continuou com o seu atelier de costura na Baixa de Lisboa.
A maior tristeza que tem é o facto da sua única filha não ter seguido o mesmo ramo… Conformada, vendeu, não há muito tempo, o atelier de costura. Reformou-se e decidiu começar a viver.
...
DONA ANA é a vizinha de Laura. É uma mulher sozinha, sem filhos, sem sobrinhos, que vive com o marido... um homem na casa dos setenta anos que gosta de bailaricos e de ver as moças novas.
Laura é a filha que nunca teve.
Trata-lhe das plantas da varanda, às vezes faz-lhe uma panela de sopa ou um bolo caseiro. E claro, toma conta da Xica sempre que Laura sai por qualquer motivo e não a pode levar com ela.
...
Desde então, são amigos. Gosta de festejos populares e, na altura do verão, parte numa espécie de romaria pelo país, assistindo nas várias aldeias portuguesas, às comemorações religiosas que levam a cabo.
É devoto da Nossa Senhora do Cabo Espichel.
...
VICENTE é um jovem consultor, dinâmico e ambicioso. Conheceu Joana e Laura numa loja de desporto. Numa mera coincidência, acabou a colaborar com Joana, partilhando algumas histórias sobre Sintra e os círios.
Não tem qualquer relação com a festa religiosa mas, adora o convívio com os amigos que se gera nas festas, com comes e bebes e música popular.
...
FERNANDA TELES é uma amiga de Joana no ‘facebook’. Não se sabe nada sobre ela.
Sem comentários:
Enviar um comentário